Conclusões sobre a pesquisa realizada pelos integrantes do Grupo Mercado em Foco durante o ano de 2017 sobre perfil, dificuldades e anseios do empresariado de Campos do Jordão.
Com o objetivo de fornecer dados relevantes para fundamentar políticas públicas como as do Conselho Municipal de Turismo, Comtur, e a intenção de fornecer informações detalhadas para órgão públicos e entidades privadas sobre o perfil, dificuldades e anseios do empresariado jordanense, o Grupo Mercado em Foco realizou durante o ano de 2017 uma pesquisa exploratória feita com o empresário que hoje trabalha em Campos do Jordão. Empresários do segmento de hotelaria, gastronomia e do comércio em geral responderam a diversas questões formuladas pelos integrantes do grupo Mercado em Foco.
Boas surpresas foram detectadas nesse trabalho.
A primeira delas refere-se ao próprio perfil do empresariado que investe na cidade atualmente. Dos 77 empresários que responderam ao questionário, cerca de 71% tem curso superior ou de pós-graduação, dado que revela um bom grau de expertise e conhecimento dos entrevistados. A maioria, aproximadamente 88%, é dono ou sócio do próprio negócio, outro dado que confere representatividade e peso às respostas apresentadas. Também é um público que aposta em Campos do Jordão há bastante tempo (cerca de 50% deles está no mercado há mais de dez anos) e que tem sólidas raízes na cidade (83% dos entrevistados mora em Campos do Jordão). A metade deles (51,7%) tem mais de cinco funcionários e 16% mais de 20, isto é, um universo que vai do pequeno ao médio empresário.
A distribuição com relação às suas diferentes áreas de atuação foi bastante equilibrada: 22% deles correspondem a área de gastronomia, 20% a área de hospedagem e 19,5% à área do comércio em geral. A maioria atende um público composto de 75% de turistas e 25% de jordanenses.
Neste cenário, os empresários apontam alguns pontos fortes para se estabelecerem suas atividades aqui: Campos do Jordão enquanto destino turístico consolidado no âmbito nacional e também a qualidade de vida e o contato com a natureza que pessoalmente usufruem ao morar na cidade, entre outros itens.
E detectam alguns pontos fracos de Campos do Jordão: a falta de infraestrutura urbana, ausência de comunicação entre os empresários e a pouca informação sobre diferentes eventos que se realizam na cidade que possam interessá-los. Paradoxalmente, ainda são poucos os empresários que estão associados a instituições que poderiam fornecer as informações que necessitam. Seu maior elo de comunicação ainda é o Whatsapp e o Facebook, entre outras redes sociais, e o e-mail.
Além da falta da estrutura urbana, a deficiência de mão de obra é a outra grande queixa do segmento, assim como a sazonalidade dos seus ganhos.
A pesquisa apontou como principais reivindicações o desejo de melhorias na infraestrutura da cidade, manutenção, reforma e ampliação de seus pontos turísticos, cursos de formação e especialização para mão de obra e mais informação sobre o que ocorre na cidade (como um calendário anual de eventos constantemente atualizado, por exemplo).
Apesar das dificuldades apontadas, outra boa surpresa: 97% dos empresários quer expandir ou manter seus investimentos na cidade e estão confiantes no futuro. E esperam que a multiplicidade de eventos de peso e qualidade distribuídos durante o ano, criação de novas roteiros e iniciativas na área de políticas públicas da cidade possam beneficiá-los, sobretudo na diminuição da sazonalidade dos seus ganhos e no excesso de burocracia.
Isto é, tanto o poder público como a inciativa privada podem contar com um empresariado que deseja melhorias, sim, mas que está disposto a investir e mesmo a ampliar a atuação de suas empresas em Campos do Jordão. Uma conclusão que pode ser lida como uma abertura a uma maior colaboração em projetos que contemplem seus interesses e uma vontade genuína de participação numa economia mais criativa e pulsante que indique novos rumos para seus negócios.